sexta-feira, julho 21, 2006

amanhã
toda a luz do céu será suficiente. será suficiente uma onda a morrer na areia e o sal nos meus lábios. hoje, uma nuvem a passar formando espirais é suficiente. ontem, o som que fez uma folha ao desistir do ramo foi suficiente. não há nada que me possa deter. basta-me saber que há céu e nuvens e ondas e árvores. luz movimento água som espirais. terra. os meus dedos afundados na terra e depois eu a voar. ontem hoje amanhã. sempre eu. sempre a sorrir. a passar por cima das montanhas. a atravessar selvas escuras. sempre eu amanhã. nada me derruba. o tempo que está à minha frente é infinito. o tempo que está por trás de mim é infinito. amanhã é ontem e é hoje. sou eu em pé. sem medo de nada. nem sequer da morte.